Quero aprontar a alegria do meu rosto
Inflamar a casa com álcool de posto
Ver o fogo subir a parede do barraco
limpar as cinzas que carregaram meus sentimentos
Olha a casa nova subindo hora em hora
Chama a dona Maria pra temperar o boi
Nunca mais vou chorar por goteira ou enchente que se foi
A laje nova cabe todo o meu coração
toda favela descente que enfrenta esse mundão
Se quem devia olhar deixa a gente na mão
eu levanto a poeira e dou o braço a um irmão
Sei que a ganância do homem nunca me fará feliz
mas vou morrer plantando sementes de boa gente
ponho fé na chuva que já carregou o meu barraco
pra regar o coração de quem derruba o que eu faço.
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